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quinta-feira, 10 de abril de 2008

Música 2.0, oportunidade ou ameaça para o mercado?


Numa altura em que a distribuição fonográfica se está a alterar profundamente devido ao crescimento da música digital, cabe-nos lançar um olhar atento sobre esta realidade que já está a transformar o mercado. Esta transformação do mercado da música tem vindo a ser, desde há dez anos, tema de discussão e reflexão para quem desenvolve a sua actividade neste meio. As editoras e distribuidoras estão preocupadas com estas mudanças e os artistas não sabem o que esperar do futuro embora seja já um dado adquirido que a música está a entrar numa nova fase.


Nos Estados Unidos, é esperado um crescimento deste mercado de 600%, de dois mil milhões de dólares, em 2005, para quinze mil milhões, em 2010. Em Portugal, esta era digital já se faz sentir estimando-se que as vendas digitais correspondam a um mercado de quase dois milhões de euros, em 2008.


Efectivamente, as transformações são muitas e hoje, o ciberconsumidor, quer ter acesso à música de forma simples, barata e rápida. Este é o desafio da distribuição de música online, fazer chegar a música encarando-a cada vez mais como um serviço e não como um produto. É fundamental que as editoras e distribuidoras não centrem as suas atenções, exclusivamente, no combate aos downloads ilegais mas sim na apresentação de soluções que se adaptem a esta realidade emergente.


Ficando colados a um sistema de distribuição de música tradicional, centrado em grandes monopólios, exclusividade, restrição e protecção, as editoras e distribuidoras não se estarão a preparar para a Música na sua versão 2.0. Esta nova atitude tem obrigatoriamente de passar pela crescente aposta em merchandising, em experiências únicas e personalizadas online, em criação de conteúdos inovadores que atraiam o consumidor de forma a minorar os efeitos que se irão sentir com a redução do mercado de venda de música em formato físico. As lojas online iTunes, da Apple, e a americana Amazon são pioneiras nesta tendência de distribuição de música digital. Ambas perceberam que o consumidor não quer pagar por aquilo que não quer ouvir e que não quer ver as músicas que comprou protegidas limitando assim a sua utilização.

A tendência do mercado aponta para o grande crescimento de todas as áreas digitais não fugindo por isso à regra a música. Prevê-se, hoje, que dentro de um ano e meio, grandes redes wireless irão conectar os aparelhos pessoais entre si facilitando a presença da música, através de streaming, em qualquer lugar ou dispositivo, suportado por patrocínios e novas formas de publicidade e sem qualquer custo para o consumidor. O crescimento do mercado publicitário online é outra tendência que em tudo beneficia a música digital uma vez que, cada vez mais, esta fará parte deste mercado.

Parece-nos então importante colocar diversas questões: o que será da música tradicional em formato físico? Tenderá a desaparecer ou apenas a modificar-se como geralmente acontece quando novas invenções aparecem? Será a música digital apenas mais um formato? Ou irá marcar uma revolução no formato de distribuição de música?São questões como estas que esperam uma resposta que só o mercado trará mas sabemos desde já que a Música 2.0 não é uma jovem promessa do mundo digital mas uma certeza cada vez mais presente.

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